quarta-feira, 29 de abril de 2009

25 anos, para mim

Hoje tenho consciência de que já fiz algumas coisas pela última vez.

Ao olhar para trás, encontro lembranças ótimas de situações que eu

nunca mais gostaria de viver de novo. Todo dia que passa me modifica

um pouco, de modo que algumas coisas que antes eu amava tanto,

agora já não caem bem em mim.


TROTE DE FACULDADE

Recordo perfeitamente eu enfarinhada, com batom na testa,

pedindo dinheiro no semáforo. Por mais suja e

fedorenta que estivesse, na época, valia a pena. Achava até

engraçado passar vergonha para me enturmar.

Quando mudei de curso, fugi do trote. Outro, só quando

eu reencarnar...


NIGHTS

Houve um tempo em que eu vivia para elas. Provava o armário todo,

me arrumava, fazia esquenta. Dançava, bebia, ria. Voltava pra casa

destruída e contente.

Passou. As filas, que nunca eram um problema, agora

são só o que eu enxergo. Fila para entrar, para comprar, para o

banheiro, para pagar, para sair. Perdi a paciência de esperar

e sinto que meus ouvidos já não são tão tolerantes. Fico agoniada

de gritar para conversar e de cumprimentar gente

chata. Morro de nojo sempre que um cara suado esbarra em mim.


MELODRAMA

Quando meu primeiro namoro terminou, foi devastador.

Passei duas semanas chorando e dormindo, perdi 8 kg, me humilhei

até passar do limite. Claro que eu ainda fico mal toda vez que brigo

com quem eu gosto, mas a diferença é que agora sei que

vou sobreviver. Acho que sofro com mais dignidade.


À medida que os anos passam, ficam claros os ciclos: primeiro eram

as festas americanas, depois as de quinze, os shows, as formaturas

e agora são os casamentos. Antes meu pai me buscava, aos 20 achava o

máximo ir dirigindo, hoje dou graças a Deus quando pego carona por

preguiça de estacionar.

Já quis lipo, já quis mega hair, atualmente quero sobrinhos.

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