segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ainda

Comprei um porta retrato para dar a uma amiga de Fortaleza. Ainda não mandei.
Gravei depoimentos de gente de 13 países para fazer um mini documentário. Ainda não editei.
Na minha estante, acumulam-se os livros que eu ainda não li.
É assim que eu conto as coisas para mim, com um ainda embutido em cada frase. Quero ter a impressão de que é questão de tempo. O ainda suaviza o não, me permite pensar que a negação é temporária. O ainda exprime a possibilidade de mudar a sentença. Essa chance de transformação é o meu aval para adiar mais e mais.
Mas iminência do movimento é uma ilusão sintática.Não há nenhuma garantia de realização. Bruna não recebeu o presente, eu não terminei o filme e comprar livros não me faz uma grande leitora. É melhor encarar a verdade: o ainda só existe na frase e na minha cabeça. Na prática, ou é sim, ou é não.

Um comentário:

  1. Sarah

    O ainda é uma ilusão!

    Concordo, ao final somente existirá o sim e o não!

    O ainda parece uma fuga... ainda que seja tola... uma fuga!

    Devemos nos prevenir contra os aindas, ele coloca nossas vidas em stand-by!

    Blargh! Nada pior que stand-by, concordas? Não está ligado, não está desligado, e ainda, consome uma porção de energia para não fazer nada...

    Abraços!

    Textos belissimos por aqui parece ser muito comum!

    Maravilha!

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