O casamento se aproximava e ela já não
sabia
se ficava feliz ou triste.
O buffet, o vestido, os convidados
ligando de São Paulo
querendo saber do hotel e da previsão do
tempo.
Tudo isso era suportável.
Só a tal da despedida de solteiro
ela não conseguia engolir.
Estava combinada há anos.
Desde o
terceirão já tinham decidido que iam todos
para o Rio de Janeiro
quando o primeiro da turma casasse.
E, olha que sorte, o primeiro a
casar era o Rodrigo,
seu noivo. Conhecia-o o suficiente pra saber que
dessa
viagem não se podia esperar nada bom.
Definitivamente, essa despedida não
cheirava bem.
Cheirava a corrimento, micose e calcinha suada,
para ser
mais exata.
Mestrado, especialização, curso de
dança sensual
e tudo que aquele idiota queria era se esfregar
numa gostosa qualquer. Anos e anos de dedicação,
depilação e
academia pra ter que aceitar uma traição
tão escancarada e
anti-higiênica.
Não conseguia encontrar motivo para uma
atitude tão machista. Se o sexo fosse ruim, mas não era.
Não conseguia encontrar motivo para uma
atitude tão machista. Se o sexo fosse ruim, mas não era.
Tentou persuadi-lo de todas as formas e ele continuava
firme: “Tenho a vida inteira pra ser marido”.
Da viagem ele não ia desistir, talvez das putas.
Argumentou,
chorou e ameaçou terminar o casamento.
Conseguiu fazê-lo
prometer.
Mentira, claro.
Mentira, claro.
Na noite passada ele esqueceu o Facebook aberto. Não foi
nada difícil descobrir itinerário
selvagem do noivo e seus
amigos primitivos. A conversa incluía uma
lista de acompanhantes
para a grande noite. Só o Rodrigo escolheu três.
Tudo ali, documentado.
Tudo ali, documentado.
Respirou fundo, tomou um banho e conseguiu enxergar
com
mais clareza: terminar o casamento estava fora de questão,
então provavelmente iam brigar mais uma noite inteira e
ele viajaria mesmo assim. Podia fazer a sua própria despedida,
mas dançar bêbada com um cara de sunga não é o tipo de intimidade
que queria compartir com a cunhada. Resolveu dar mais uma chance
para contar a verdade, mas ele negou até o fim.
mas dançar bêbada com um cara de sunga não é o tipo de intimidade
que queria compartir com a cunhada. Resolveu dar mais uma chance
para contar a verdade, mas ele negou até o fim.
Agora não queria mais a festa. Queria
vingança.
Ligou para a moça do curso de dança sensual e quis saber
como
funcionava o esquema. Não, não contratou um go go boy.
Foi um
pouco melhor que isso.
Quando o marido, lá no Rio de Janeiro,
abriu a porta para as
novas amigas, ela também chegava com suas novas amigas
em uma despedida de solteiro. Não era na dele.
em uma despedida de solteiro. Não era na dele.
Foi com as
melhores lingeries e as piores intenções
fazer a despedida de
solteiro de um bonitão do judô.
Rodrigo estava certo:
Tinha o resto da vida para ser esposa.
Rodrigo estava certo:
Tinha o resto da vida para ser esposa.
Muito boa chará!!!
ResponderExcluirBeijos da Sarinha - pequena/lagoa.
ÓTIMAAAA!! KKKK VOU CASAR DIA 27 DE OUTUBRO....
ResponderExcluirHahahaa... inesperado!
ResponderExcluirsaudades de ti Sarinha! Beijão!
Sobe a trilha de Nelson Rodrigues!!! Muito bom, muito bom mesmo!
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